quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

ÚLTIMAS MENSAGENS POSTADAS 27 01 2016

QUEM É O SEU LÍDER?

“Servir a si mesmo, não se abandonar, ser fiel aos seus princípios, ser verdadeiro consigo, amar a si mesmo, ter dentro da alma um desejo incontestável de ser livre, e assim libertar todos os outros que por algum momento esqueceram do líder que mora dentro de si.”

Quem é o seu líder?

Se hoje eu lhe fizesse essa pergunta,  qual seria sua resposta? 
Aposto que as respostas seriam as mais variadas, de Budha a Bob Marley. Mas o que tem Budha ou Bob Marley em comum?

O fato é que cada líder inspira o seu seguidor, por algo que existe dentro de si, mas, não só dentro do líder, como também dentro do “liderado”.  Admiramos e seguimos pessoas quando identificamos dentro do outro, valores que carregamos dentro de nós.

Os grandes líderes muitas vezes conseguem transformar em ações aquilo que não temos nem palavras para descrever, com suas atitudes e forma de viver a vida, eles tocam um relicário sagrado que existe dentro de cada um de nós, eles transformam a vontade de mudar o mundo em algo que conseguimos concretamente vivenciar. Ele muda o mundo com ações, ele transforma sentimentos em realidade.

Gandhi, por exemplo, transformou o sonho de um mundo pacífico em um movimento onde a resiliência, a tolerância, ganharam corpo em ações, como suportar o escárnio, o riso, a dor, suportando a violência física e verbal, com isso tocou multidões, que conseguiram através de seu comportamento, reconhecer uma forma de transformar aquilo que vivia dentro de seus corações, em realidade e então…os seguiram.

Pessoas seguem os exemplos de seus líderes, é como se eles tivessem encontrado a fórmula mágica para viver de uma forma onde seus atos estejam de acordo com seus sentimentos e convicções.

Isso existe desde tempos antigos onde líderes surgiram na humanidade para com seu exemplo relembrar o ser humano que dentro dele existem sentimentos tão nobres que quando surgem, mudam o mundo. Simples assim, sentimentos que existem dentro de nós são capazes de mudar o mundo.

Vive em cada um de nós, um líder. Capaz de inspirar a nós mesmos, capaz de nos dar confiança e certeza no caminho a ser seguido, capaz de nos fazer livres e capaz de tornar nossa própria vida um testemunho de transformação.

E agora se eu lhe perguntar: Quem é o seu líder?
Onde está o ser humano que acredita em um mundo digno, em um mundo livre, em um mundo socialmente correto, para  onde foi aquele que mudaria o mundo, cheio de compaixão, onde está o amor incondicional consigo e com o próximo, onde é que dentro de você ainda mora, a coragem, a aceitação de si mesmo e do próximo? Onde está a força para fazer diferente mesmo depois de todas as quedas, onde está a certeza que o melhor caminho é o seu, mesmo que todos digam o contrário, onde está sua perseverança, sua confiança, seu olhar maravilhado para o mundo, onde está a sua fé?

Quando foi que você abandonou o líder que mora dentro de você, para buscar um líder que mora fora de você?

Quando foi que você deixou de acreditar que é capaz de transformar seus desejos em atos concretos para mudar sua vida?

Quando foi que você se perdeu pelo caminho, e teve que levantar seus olhos para algum lugar fora do seu coração para encontrar a resposta para algo que você sempre soube o que é?

Quando foi que você deixou de servir o líder que existe dentro de você? Quando foi que você deixou de seguir o líder que mora em você?

Sentimo-nos perdidos porque nos perdemos de nós.

O grande líder é aquele que serve a uma causa maior, e essa causa maior não está fora, está dentro de cada um.

Posso mudar a pergunta: “A qual causa você serve e que te faz um grande líder de si mesmo?”

O que não te permite maltratar o próximo, o que não te permite ser cruel com quem menos pode, o que não te permite, machucar, julgar, exercer seu poder em excesso, o que não te permite aprisionar o próximo e a si mesmo?

Não sabe, pois encontre, talvez seja a falta dessa certeza que faça com que você machuque a si mesmo, julgue em excesso seus atos, aprisione as suas vontades, minta para você, esconda as suas verdades, e viva hoje em uma vida vazia, com medo e sem sentido. Se você abandonou o seu líder, abandonou a si mesmo.

Lembre-se, grandes líderes não buscam reconhecimento, buscam uma causa a servir, buscam a verdade que mora dentro deles.

Grandes líderes antes de liderarem, sabem muito bem ao que servem, sabem muito bem que o melhor do caminho é o servir. Servir a si mesmo, não se abandonar, ser fiel aos seus princípios, ser verdadeiro consigo, amar a si mesmo, ter dentro da alma um desejo incontestável de ser livre, e assim libertar todos os outros que por algum momento esqueceram do líder que mora dentro de si.

E você, serve a quem?

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Fonte: Milene Mizuta - www.liderdesi.com.br

O TRABALHO MAIS DIFÍCIL DO MUNDO - FELIZ DIA DAS MÃES !!!

Agência recruta funcionários para o trabalho mais difícil do mundo. 24 candidatos foram testados para a vaga, mas nenhum aceitou os termos. Você aceitaria

Quem iria querer um trabalho desses? Full time, sem hora para descanso, 135 horas por semana, que exige o máximo do funcionário, conhecimentos em medicina, finanças e culinária, sem férias nem feriados (incluindo Natal e Ano Novo), sem hora para dormir e o pior: sem nenhuma remuneração, apenas por amor.



Provavelmente, você achará essas exigências insanas e ilegais. Os 24 candidatos entrevistados para o posto também acharam. Mas milhões de pessoas exercem esse emprego sem sequer reclamar: as mães.
A campanha, em homenagem ao Dia das Mães, foi realizada pela agência Mullen e divulgado pelo site AdWeek. Foram publicados anúncios reais na internet e em jornais. Nenhum dos candidatos conhecia o propósito real da campanha. O Dia das Mães neste ano será comemorado no dia 11 de maio.
O resultado da pegadinha do emprego “mais difícil” do mundo você vê abaixo.
Assista aqui ao vídeo legendado https://youtu.be/MJLMpABG86E

www.pragmatismopolitico.com.br/.../contrata-se-para-o-trabalho-mais-di

BUDISMO E CIÊNCIA CONCORDAM NÃO EXISTE NENHUM VOCÊ AÍ DENTRO


Evan Thompson, da Universidade de British Columbia, no Canadá, decidiu verificar a crença budista da “anatta”, ou “não eu”. A neurociência tem se interessado pelo budismo desde o final dos anos 1980, quando o Instituto Mente e Vida foi criado pelo Dalai Lama e uma equipe de cientistas. O conhecimento proveniente desses primeiros estudos validou o que os monges já sabiam há anos – se você treinar sua mente, você pode mudar seu cérebro.

A anatta é um conceito um pouco confuso, centrado na ideia de que não há um você consistente. A crença de que somos os mesmos de um momento para o outro, ou de um ano para o outro, é uma ilusão. “O cérebro e o corpo estão constantemente em fluxo. Não há nada que corresponda ao sentido de que há um eu imutável”, afirma Thompson.

Um artigo publicado em julho na revista “Trends in Cognitive Sciences” liga a crença budista de que o nosso eu está sempre mudando a áreas físicas do cérebro. Há evidências de que o “autoprocessamento no cérebro não é instanciado em uma determinada região ou rede, mas se estende a uma ampla gama de flutuação de processos neurais que não parecem ser autoespecíficos”, escrevem os autores.

Thompson, cujo trabalho inclui estudos de ciência cognitiva, fenomenologia e filosofia budista, diz que esta não é a única área em que a neurociência e o budismo convergem. Porém, nem a neurociência nem o budismo têm uma resposta definitiva sobre exatamente como a consciência se relaciona com o cérebro. E os dois campos divergem sobre certos aspectos do tema. Os budistas acreditam que há alguma forma de consciência que não é dependente do corpo físico, enquanto os neurocientistas (e Thompson), discordam.

O pesquisador, no entanto, apoia a opinião dos budistas de que o “eu” de fato existe. “Na neurociência, muitas vezes você se depara com pessoas que dizem que o eu é uma ilusão criada pelo cérebro. Minha opinião é que o cérebro e o corpo trabalham em conjunto no contexto de nosso ambiente físico para criar um senso do eu. E é equivocado dizer que só porque é uma construção, é uma ilusão”, afirma.

É útil assistir a um vídeo de si mesmo do passado, ou ler algo que você escreveu anos atrás. Seus interesses, perspectivas, crenças, conexões, relacionamentos, todos mudaram de alguma forma. Anatta não significa que não existe nenhum você, mas significa apenas que você está em constante mudança e evolução. Por que isso é importante?

Rick Hanson, autor dos livros “Hardwiring Happiness” e “Buddha’s Brain”, argumenta que, quando não há um eu consistente, significa que não temos de levar tudo para o lado pessoal. Isto é, os nossos pensamentos internos são apenas pensamentos e não nos definem. Os eventos externos são apenas os eventos externos e não estão acontecendo conosco pessoalmente. Ou, como diz a professora de budismo e meditação Tara Brach em seu blog pessoal, nossos pensamentos são “reais, mas não são verdadeiros”.

Há uma tremenda libertação em não nos identificarmos com uma ideia estabelecida de quem nós somos. É assim que podemos crescer e mudar, com a ajuda da neuroplasticidade – a capacidade do sistema nervoso de mudar, adaptar-se e moldar-se a nível estrutural e funcional ao longo do desenvolvimento neuronal e quando sujeito a novas experiências. Assim também há esperança de que possamos superar nossos vícios ou maus hábitos (de mente e corpo), porque se não estamos presos às crenças autolimitantes inerentes a um eu consistente, podemos nos tornarmos quem nós queremos ser, no momento em que queremos.

Enquanto a ciência e o pensamento oriental continuam trocando figurinhas, pode haver mais estudos apoiando pensamentos de 2.600 anos de idade. Mas é preciso manter a cabeça aberta. Como bem lembrou Dalai Lama no livro “Buddhism and Science: Breaking New Ground”, “Suponha que algo está definitivamente comprovado através da investigação científica. Suponhamos que esse fato é incompatível com a teoria budista. Não há dúvida de que devemos aceitar o resultado da pesquisa científica”.

Ouvir uma postura pró-ciência de um líder religioso é um alívio para muitos. No final das contas, parece que o budismo e neurociência têm objetivos semelhantes: descobrir o que é essa coisa que chamamos de mente e como podemos usá-la para nos tornarmos um pouco mais felizes.

Big Think, Quartz

A ALMA É UM COMPUTADOR QUÂNTICO CONECTADO AO UNIVERSO


Em uma tentativa de inserir na ciência os conceitos de  alma e “consciência”, os cientistas Stuart Hameroff (diretor do Centro de Estudos da Consciência na Universidade do Arizona, EUA) e Sir Roger Penrose (físico matemático da Universidade de Oxford, Inglaterra) criaram a teoria quântica da consciência, segundo a qual a alma estaria contida em pequenas estruturas (microtúbulos) no interior das células cerebrais.
 
Eles argumentam que nossa “consciência” não seria fruto da simples interação entre neurônios, mas sim resultado de efeitos quânticos gravitacionais sobre esses microtúbulos – teoria da “redução objetiva orquestrada”. Indo mais longe: a alma seria “parte do universo” e a morte, um “retorno” a ele (conceitos similares aos do Budismo e do Hinduísmo).
 
A alma e a mecânica quântica
De acordo com Hameroff, experiências de quase morte estariam relacionadas com essa natureza da alma e da consciência: quando o coração para de bater e o sangue deixa de circular, os microtúbulos perdem seu estado quântico. “A informação quântica contida neles não é destruída, não pode ser; apenas se distribui e se dissipa pelo universo”.
 
Se o paciente é trazido da beira da morte, essa informação volta aos microtúbulos. “Se o paciente morre, é possível que a informação quântica possa existir fora do corpo, talvez de modo indefinido, como uma alma”, acrescenta.
 
Embora a teoria ainda seja considerada bastante controversa na comunidade científica, Hameroff acredita que os avanços no estudo da física quântica estão começando a validá-la: tem sido demonstrado que efeitos quânticos interferem em fenômenos biológicos, como a fotossíntese e a navegação de pássaros.
 
Vale ressaltar que Hameroff e Penrose desenvolveram sua teoria com base no método científico de experimentação e em estudos feitos por outros cientistas, ao contrário do que ocorrem em casos de “pseudociência” em que simplesmente se acrescenta a física quântica como “ingrediente legitimador” de teorias sem fundo científico. Basta aguardar para ver se outros experimentos e estudos validam as descobertas da dupla.
 
Confira um vídeo sobre a pesquisa de Hameroff e Penrose (conteúdo em inglês): https://youtu.be/MG3YkbRFjuc
 

Daily Mail UK

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

CIÊNCIA DO ENCONTRO COM A MENTE

Em 2007, Wallace iniciou o Projeto Shamatha, o maior estudo científico dos efeitos da prática intensiva de meditação em atenção e regulação emocional e seus correlatos neurais”

“Vinte cabanas alimentadas com energia solar, cada uma com tudo que é necessário, cozinhas funcionais e jardins orgânicos privados, espalhadas ao longo de uma linda área verde”, diz B. Alan Wallace com brilho no olho, como se fosse uma criança animada falando de um novo brinquedo. Não, não se trata de um lindo espaço recreacional em meio à natureza, e sim do que Wallace vê como um observatório contemporâneo em que a ciência encontra a mente. E se a mágica da motivação correta e da aspiração pura funcionarem, sua visão pode se concretizar em breve – não tão diferente de cerca de 40 anos atrás, quando Wallace escreveu em seu caderno “Que eu conheça um homem velho e sábio” e acabou se tornando um dos maiores estudantes ocidentais de Sua Santidade Dalai Lama.

Alan Wallace, erudito do Budismo, professor de meditação, palestrante e autor, está em uma cruzada para liberar as ciências das lentes limitadoras do pensamento reducionista e materialista, partindo para uma exploração do mundo a um nível experimental e intersubjetivo ainda mais profundo. “Na ciência da física tivemos duas grandes revoluções – Galileu, e depois Planck e Einstein. Mas as ciências da mente estagnaram-se por todo século passado em termos de contemplação da natureza da consciência e do problema da mente-corpo, como um vagão encalhado na lama. Não me oponho às ciências. O problema é que há uma aceitação superficial da parte de muitos cientistas, de que toda a realidade consiste integralmente daquilo que é físico, mensurável em espaço e tempo, ou em matéria e energia e suas propriedades derivadas. Eles simplesmente não contemplam a possibilidade de ocorrer algo fora da esfera física. Aplicado à consciência e existência humana, o materialismo científico não consegue ir além do aspecto físico”.

Tal como o psicólogo americano William James, que ele cita frequentemente, Wallace desafia a equação da mente-cérebro com paixão, até com impaciência. “Os materialistas asseguram que o mundo afora corresponde apenas àquilo que os cientistas podem medir. Todos fenômenos mentais, nossos pensamentos, emoções e imaginação são reduzidos puramente a ondas cerebrais ou atividades neurais. Não há lógica em simplesmente concluir da correlação mente-cérebro que a mente é o cérebro e reificar todas nossas experiências como sendo físicas ou materiais. Onde está a evidência? Isto é como uma crença religiosa, ausente de embasamento sólido ou de evidência empírica.

Pelo contrário, Wallace vê muitas evidências para derrubar o mito mente = cérebro, assim como o famoso caso de Pam Reynolds, que desconcertou a comunidade científica com seus relatos de experiências de quase-morte. Mas não é preciso ir tão longe. “Tomemos por exemplo o amarelo que vejo nestas flores. A luz incide no objeto e é transmitida até que as ondas de luz cheguem à retina. Um impulso é enviado ao cérebro, que processa o sinal e eu tenho a percepção das flores amarelas.  Mas o amarelo que vejo não existe nem na forma de impulsos elétricos, nem na de algum objeto físico específico, nem mesmo das flores, que consistem de átomos e moléculas incolores.

O que pode ser medido fisicamente é inteiramente diferente da natureza da experiência em si. Onde está o amarelo? Mesmo se abrirmos um crânio, tudo o que veremos é matéria cinzenta. O amarelo das flores está apenas em minha experiência”.

Tendo trabalhado com iogues altamente realizados no Himalaia e meditantes de longa data de muitas tradições, este devoto estudante do Dalai Lama está convicto de que a meditação proporciona uma ponte entre ciência e religião e oferece insights inestimáveis sobre a natureza da consciência. No entanto, ele reconhece que uma abordagem científica é necessária para que os resultados de quaisquer descobertas possam ser universalmente aceitos. “Neste mundo moderno, para qualquer descoberta ter alguma credibilidade fora de seu próprio grupo, você deve trazer a ciência. Não é uma verdade apenas budista ou uma verdade cristã. Se é verdade, é verdade”.

Alan Wallace vê a colaboração entre contemplativos e cientistas como o caminho a seguir. “Estou muito feliz em colaborar com os cientistas e não assumir que temos todas as respostas. A ciência tem muito conhecimento de áreas que o budismo não têm, como a psicologia infantil e o estudo sofisticado do cérebro, que é muito importante. A tradição budista é uma tradição muito antiga, com uma enorme quantidade de insight, e a ciência moderna é uma disciplina mais jovem que tem muito mais conhecimento do mundo físico, mas não da natureza da consciência ou do problema mente-corpo. Portanto, este é realmente o ponto de colaboração, com respeito e abertura mútua “.

Em 2003, Wallace fundou o Instituto Santa Barbara para Estudos da Consciência, sendo pioneiro em pesquisas sobre a natureza da mente. Durante os últimos 12 anos, o instituto já trabalhou com cientistas, psicólogos, filósofos e contemplativos através de seminários, palestras e retiros longos para investigar a realidade da consciência. Em 2007, Wallace iniciou o Projeto Shamatha, o maior estudo científico dos efeitos da prática intensiva de meditação em atenção e regulação emocional e seus correlatos neurais. “Tivemos um bom grupo de cientistas de mente aberta o suficiente para assumir o desafio, não para debater questões filosóficas ou a natureza da mente, mas para assumir uma abordagem muito mais pragmática. Durante três meses, tivemos 70 pessoas em retiros residenciais intensivos, e tivemos dois laboratórios de última geração fazendo exames de EEG, exames de sangue, questionários, etc. Eles produziram um grande número de medidas e uma enorme quantidade de dados”. Vários trabalhos científicos foram publicados com base neste projeto, e o trabalho ainda está em curso.

No verdadeiro espírito de investigação budista, Wallace convida todos a experimentar a mente em primeira pessoa em seu estado natural. “Ehipassiko, venha e veja! Você não pode entender a mente sem olhar para dentro”, diz ele enquanto ele orienta os alunos em retiro para examinar a consciência dos pensamentos, o espaço da consciência, e a consciência da consciência. Apesar de suas profundas raízes budistas, ele é rápido em apontar que esta abordagem contemplativa não se limita ao budismo, mas é encontrada em muitos outros ensinamentos ancestrais, como o cristianismo antigo, no hinduísmo, taoísmo e sufismo. Ao enfatizar o não-sectarismo, Wallace vê uma base em comum entre todas as fés para compreender e aprender uns com os outros e, talvez, agir como catalisador para uma verdadeira renascença da investigação contemplativa sem dogmatismo.

Além do aspecto científico e religioso, quais são as implicações práticas de tudo isso? “Aquilo que me oponho é a ignorância e a delusão, que são as raízes do sofrimento no budismo. Aquilo que realmente promovo é uma abordagem imparcial para entender a natureza da mente, da felicidade genuína, e das verdadeiras causas do sofrimento. O desenvolvimento simbiótico da ciência e da tecnologia ao longo dos últimos 400 anos tem contribuído enormemente para o hedônico, prazer e felicidade derivados de estímulos externos. Vivemos em uma época de consumismo insaciável. Imagine se todos os sete bilhões de pessoas no mundo de hoje tentarem satisfazer seus desejos, desta forma, querendo mais e mais de tudo. Este hedonismo e indulgência obsessiva estão drenando os recursos do mundo e consumindo o próprio mundo, levando a guerras, conflitos, crimes e violência, estresse mental e depressão. Embora seja importante satisfazer as nossas necessidades hedônicas, precisamos enfatizar a eudemonia, a felicidade que não depende de quaisquer estímulos externos, mas nasce de um profundo senso de bem-estar e calma interior. Esta paz interior pode ser alcançada através do cultivo da mente e no desenvolvimento do equilíbrio emocional com as qualidades de bondade amorosa, compaixão, alegria empática e equanimidade”.

No começo de um curso sobre o cultivo de equilíbrio emocional, uma senhora de cerca de cinquenta anos de cabelos grisalhos, professora em uma vizinhança precária de Oakland por 30 anos e com o cansaço expresso no rosto, comentou com desânimo: “Estou contando os dias para me aposentar”. No entanto, ao final do curso de oito semanas sua atitude e visão de vida de alguma forma se transformaram: “Quero continuar a ensinar e ver que a cada ano posso fazer meu trabalho o mais significante possível”, disse ela entusiasmada. Para Alan Wallace isso faz toda a diferença, e dá significado àquilo que dedica a cumprir em sua vida enquanto segue no caminho do bodhisattva.

Shuyin
Publicado originalmente em inglês no Buddhistdoor Global
Traduzido por Lucas de Lima (Jigme Norphel) e Luís Oliveira

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

DEPENDÊNCIA DIGITAL CORRÓI A MEMÓRIA HUMANA

Dependência digital “corrói” a memória humana, diz estudo
Um novo estudo da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, afirmou que o excesso de confiança na utilização de computadores e motores de busca está enfraquecendo as memórias das pessoas.
Ou seja, o senso comum acabou de ganhar respaldo científico: usar computadores em vez de memorizar informações está nos deixando esquecidos.
 
Por exemplo, no estudo, muitos adultos que ainda podiam recordar os números de telefone da sua infância não conseguiam lembrar o número do seu trabalho atual ou o número do telefone de membros da família,
 
A pesquisa
Os hábitos de memória de 6.000 adultos no Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Espanha, Bélgica, Holanda e Luxemburgo foram analisados.
 
Mais de um terço recorria primeiro a computadores para recordar informações – especialmente no Reino Unido, onde mais de metade das pessoas pesquisavam online em busca de uma resposta primeiro.
 
O estudo sugere que depender de um computador desta forma tem um impacto a longo prazo no desenvolvimento de memórias, porque tais informações podem muitas vezes ser imediatamente esquecidas.
 
Cérebro não exercitado
“Nosso cérebro parece reforçar uma memória cada vez que lembramos dela, e ao mesmo tempo esquecer memórias irrelevantes que estão nos distraindo”, disse a autora do estudo, Maria Wimber.
 
  • Posts do Facebook são mais memoráveis que livros e rostos

  •  
    O processo de recordar a informação é “uma maneira muito eficiente de criar uma memória permanente”, segundo a pesquisadora. “Em contraste, repetir passivamente informações, como repetidamente pesquisá-las na internet, não cria um traço de memória com duração sólida da mesma forma”.
     
    Memória humana? Não lembro
    Entre os adultos pesquisados no Reino Unido, 45% conseguiam lembrar o número de telefone da casa onde moraram aos 10 anos de idade, enquanto somente 29% conseguiam se lembrar dos números de telefone de seus próprios filhos, e 43% conseguiam lembrar o número do seu local de trabalho atual.
     
    A capacidade de lembrar o número de um parceiro romântico foi menor no Reino Unido do que em qualquer outro país europeu. 51% dos entrevistados no Reino Unido sabiam o número de telefone do seu parceiro, por exemplo, em comparação com quase 80% na Itália.
     
    Falsa sensação de segurança
    As pessoas se acostumaram a usar dispositivos tecnológicos como uma “extensão” do seu próprio cérebro. Logo, tem havido uma ascensão do que pode ser chamada de “amnésia digital”, em que as pessoas não se importam em esquecer informações importantes na crença de que tais informações podem ser imediatamente recuperadas em um dispositivo digital.
     
    Além do armazenamento de informações factuais, há uma tendência de manter memórias pessoais em formato digital também, como fotografias de momentos importantes. Se elas só existirem em um smartphone, há o risco de extingui-las se o dispositivo for perdido ou roubado, coisa que muitos não parecem levar em conta.
     
    BBC

    MOLÉCULAS SE TRANSFORMANDO EM MEMÓRIA


    Pesquisadores da Universidade Yeshiva (Nova York, EUA) realizaram um feito inédito: acompanharam moléculas viajando em tempo real nos neurônios vivos de ratos para estudar como o cérebro cria memórias.
     
    O esforço para descobrir como os neurônios criam memórias há muito tempo enfrenta um grande obstáculo: neurônios são extremamente sensíveis a qualquer tipo de interrupção. Para analisá-los profundamente sem prejudicá-los, os pesquisadores “etiquetaram” com fluorescência todas as moléculas do RNA mensageiro (mRNA) que codificam proteínas beta-actina – uma proteína estrutural essencial encontrada em grandes quantidades nos neurônios e considerada chave no processo de memorização.
     
    “É digno de nota que fomos capazes de desenvolver este rato sem ter que usar um gene artificial ou outras intervenções que poderiam ter interrompido seus neurônios e questionado nossos resultados”, disse Robert Singer, autor sênior do estudo e professor e copresidente do departamento de anatomia e biologia estrutural do Colégio de Medicina Albert Einstein da Universidade Yeshiva. Os animais permaneceram saudáveis e capazes de se reproduzir.
     
    Na pesquisa descrita em dois artigos publicados na revista Science, os pesquisadores estimularam neurônios do hipocampo de ratos, onde as memórias são feitas e armazenadas, e depois assistiram moléculas fluorescentes se formarem nos núcleos de neurônios e viajarem dentro dos dendritos, ramificações dos neurônios.
     
    Eles descobriram que o mRNA em neurônios é regulado por meio de um processo descrito como “mascaramento” e “desmascaramento”, que permite que a proteína beta-actina seja sintetizada em horários, quantidades e locais específicos.
     
    Os neurônios se unem nas sinapses, onde “espinhas dendríticas” agarraram umas às outras, assim como os dedos de uma mão podem se entrelaçar com os da outra. Evidências indicam que a estimulação neural repetida aumenta a resistência dessas ligações sinápticas, alterando a forma destes “dedos”.
     
    A proteína beta-actina parece fortalecer essas conexões sinápticas, alterando a forma das espinhas dendríticas. Os cientistas pensam que as memórias são codificadas quando conexões sinápticas estáveis de longa duração entre os neurônios entram em contato umas com as outras.
     
    O estudo
    O primeiro artigo descreve o trabalho de Hye Yoon Park, estudante de pós-doutorado no laboratório do Dr. Singer que passou três anos desenvolvendo os mRNA fluorescentes.
     
    Ela estimulou neurônios do hipocampo de ratos e observou moléculas recém-formadas dentro de 10 a 15 minutos, indicando que a estimulação do nervo tinha causado transcrição rápida do gene da beta-actina. Outras observações sugeriram que estas moléculas continuamente montavam-se e desmontavam-se em partículas grandes e pequenas, respectivamente. Estas partículas de mRNA foram vistas viajando para seus destinos em dendritos onde a proteína beta-actina seria sintetizada.
     
    No segundo artigo, a estudante do mesmo laboratório Adina Buxbaum mostrou que os neurônios podem ser únicos na sua maneira de controlar a síntese da proteína beta-actina. Ela estimulou neurônios do hipocampo de ratos e observou moléculas recém-formadas dentro de 10 a 15 minutos, indicando que a estimulação do nervo tinha causado transcrição rápida do gene da beta-actina. Outras observações sugeriram que estas moléculas continuamente montavam-se e desmontavam-se em partículas grandes e pequenas, respectivamente. Estas partículas de mRNA foram vistas viajando para seus destinos em dendritos onde a proteína beta-actina seria sintetizada.
     
    No segundo artigo, a estudante do mesmo laboratório Adina Buxbaum mostrou que os neurônios podem ser únicos na sua maneira de controlar a síntese da proteína beta-actina.
     
    Os neurônios precisam controlar seu mRNA para que ele crie proteína beta-actina apenas em certas regiões na base das espinhas dendríticas. A pesquisa de Buxbaum revelou o mecanismo pelo qual os neurônios lidam com este desafio.
     
    Ela descobriu que, logo que moléculas de mRNA de beta-actina se formam no núcleo de neurônios do hipocampo e viajam para o citoplasma, os mRNAs são embalados em grânulos e assim tornam-se inacessíveis para a produção de proteína. A estudante então percebeu que estimular o neurônio fez com que esses grânulos desmoronassem, e moléculas de mRNA ficassem “desmascaradas” e disponíveis para a síntese de proteína beta-actina.
     
    Mas essa observação levantou uma questão: como é que os neurônios evitam que mRNAs recém-liberados façam mais proteína beta-actina do que é desejável?
    A disponibilidade de mRNA em neurônios é um fenômeno transitório. Após as moléculas de mRNA produzirem proteína por alguns minutos, elas se “reembalam” e voltar a ser “mascaradas”.
     
    Estes resultados sugerem que os neurônios têm desenvolvido uma estratégia engenhosa para controlar como as proteínas de memória fazem o seu trabalho.
     
    “Esta observação de que os neurônios ativam seletivamente a síntese de proteínas e, em seguida, a desligam se encaixa perfeitamente com a forma como pensamos que as memórias são feitas”, disse Singer. “A estimulação frequente do neurônio torna o mRNA disponível em explosões controladas, fazendo com que a proteína beta-actina se acumule precisamente onde é necessária para fortalecer a sinapse”.
     
    MedicalXpress

     

    sábado, 23 de janeiro de 2016

    CÉREBRO GUARDA 10 VEZES MAIS MEMÓRIAS DO QUE SE ACREDITAVA

    CÉREBRO-MEMÓRIA-SINAPSES

    Novo estudo do Instituto Salk para Pesquisas Biológicas sugere que a capacidade de memória do cérebro é muito maior do que as estimativas indicavam.

    “Esta é uma verdadeira bomba no campo da neurociência”, disse Terry Sejnowski, um dos principais autores do estudo. “Nós descobrimos a chave para desvendar o princípio do design de como neurônios funcionam com baixo consumo de energia, mas alto poder de computação”.

    A complexidade das sinapses
    Nossas memórias e pensamentos são o resultado de padrões de atividade elétrica e química no cérebro.Uma parte fundamental dessa atividade acontece quando as ramificações dos neurônios interagem em determinados cruzamentos, conhecidas como sinapses. 

    Uma ramificação de saída (axônio) de um neurônio se conecta a uma de entrada (dendrite) de um segundo neurônio. Os sinais viajam através da sinapse conforme as “ordens” de substâncias químicas chamadas neurotransmissores. Cada neurônio pode ter milhares de sinapses com milhares de outros neurônios.

    E, no entanto, ainda sabemos pouco sobre elas. Por exemplo, no novo estudo, enquanto a equipe reconstruía em 3D o tecido do hipocampo de ratos (o centro de memória do cérebro), os cientistas notaram algo incomum: em alguns casos, um único axônio de um neurônio formava duas sinapses, que chegavam a um único dendrito de um segundo neurônio.

    Medindo tamanhos sinápticos
    No começo, os pesquisadores não pensaram muito sobre essa duplicidade, que ocorre cerca de 10% do tempo no hipocampo. Mas Tom Bartol, um dos pesquisadores da equipe, teve uma ideia: se eles pudessem medir a diferença entre duas sinapses muito semelhantes como estas, poderiam ser capazes de medir melhor os tamanhos sinápticos, que até agora só tinham sido classificados como pequenos, médios e grandes. 

    Para fazer isso, os pesquisadores usaram microscopia avançada e algoritmos computacionais desenvolvidos para fazer imagens dos cérebros de ratos e reconstruir conectividade, formas, volumes e área de superfície do tecido cerebral a um nível nanomolecular.

    Novidade
    Os cientistas esperavam que as sinapses fossem mais ou menos semelhantes em tamanho, mas foram surpreendidos ao descobrir que eram quase idênticas. 
    “Ficamos espantados ao descobrir que a diferença entre os tamanhos dos pares de sinapses eram, em média, de apenas cerca de 8%. Ninguém pensou que seria uma diferença tão pequena”, explicou Bartol.

    Porque a capacidade de memória dos neurônios é dependente do tamanho da sinapse, esse acabou por ser um número-chave para que a equipe pudesse, então, usar seus modelos algorítmicos do cérebro para medir a quantidade de informações que poderiam ser armazenadas nas conexões sinápticas.

    26 tamanhos
    Os cientistas já sabiam que o intervalo de tamanho entre a menor e a maior sinapse podia variar por um fator de 60. Além disso, a maioria das sinapses são pequenas.
    Armados com o conhecimento que sinapses de todos os tamanhos podem variar em incrementos de apenas 8% entre os tamanhos dentro de um fator de 60, a equipe determinou que poderia haver cerca de 26 categorias de tamanhos de sinapses, em vez de apenas três.

    “Nossos dados sugerem que existem 10 vezes mais tamanhos de sinapses do que se pensava”, disse Bartol. Em termos informáticos, 26 tamanhos de sinapses correspondem a cerca de 4,7 “bits” de informação. Anteriormente, pensava-se que o cérebro era capaz de apenas um ou dois bits de armazenamento.

    Sinapses adaptativas
    As sinapses do hipocampo são notoriamente pouco confiáveis. Quando um sinal viaja de um neurônio para outro, só ativa um segundo neurônio de 10 a 20% das vezes.

    Como, então, o cérebro possui tanta precisão com sinapses tão não confiáveis? Uma resposta, ao que parece, está na constante adaptação das sinapses.

    A equipe usou seus novos dados e um modelo estatístico para descobrir quantos sinais eram necessários para cada par de sinapses chegar a essa diferença de 8%.

    Os pesquisadores calcularam que, para as menores, cerca de 1.500 eventos causam uma mudança em seu tamanho/capacidade (20 minutos). As maiores precisam de apenas algumas centenas de eventos (1 a 2 minutos). 

    “Isto significa que, a cada 2 ou 20 minutos, suas sinapses estão se adaptando para o próximo tamanho. As sinapses se ajustam de acordo com os sinais que recebem”, explica Bartol.;

    No futuro
    O resultado deste estudo abre um novo capítulo na pesquisa de mecanismos de aprendizagem e memória.

    As descobertas sugerem mais perguntas para explorar, por exemplo, se regras semelhantes podem ser aplicadas a sinapses em outras regiões do cérebro.

    Também, os dados oferecem uma explicação para a eficiência surpreendente do cérebro. O cérebro adulto acordado gera apenas cerca de 20 watts de potência contínua – tanto quanto uma lâmpada fraca. A descoberta poderia ajudar cientistas da computação a construir maquinas ultraprecisas que sejam ao mesmo tempo mais eficientes em termos de energia.