quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

METAMORFOSE E TRANSFORMAÇÃO COLETIVA

 
DEEPAK CHOPRA
METAMORFOSE E TRANSFORMAÇÃO COLETIVA

INCRÍVEL MÁQUINA HUMANA

A Incrível Máquina Humana
 

FÍSICA QUANTICA EXPLICA HOMEOPATIA

 
Física Cuántica explica la homeopatía

Gota com expressão humana

GERAÇÃO TOUCH

 
Os movimentos finos de nossas mãos ainda são comandados pelos polegares, que, nos últimos anos, aprenderam a digitar velozmente em telas touch de smartphones e tablets. Esses aparelhos poderosos e de uso intuitivo se tornaram de tal modo uma extensão de nossos dedos que passaram a moldar o comportamento de uma geração inteira.
 
Os jovens que hoje têm 15 anos conhecem a vida com um celular nas mãos. Eles não são os primeiros a crescer sob a influência da internet, mas os primeiros a se definir pela ligação com um universo digital e móvel: com o celular conectado à internet, carregam no bolso as amizades, a escola, o trabalho e uma fonte inesgotável de conhecimento. Ainda não há um nome estabelecido para eles. Há quem fale em geração Z ou pós-millennials. Pode-se batizá-los de "geração touch".

Estima-se que os jovens nessa faixa etária sejam hoje 26% da população mundial. Em pouco mais de uma década, eles deverão representar 75% da força de trabalho global. Muitos estarão à frente do próprio negócio. Vão se casar, ou se unir em outros tipos de relação estável. Terão os seus filhos. Pintar um retrato dessa multidão implica, obviamente, passar por cima de diferenças marcantes. A influência do lugar onde se nasce não deve ser ignorada, mesmo que esses adolescentes, vivendo ao redor do planeta mas interligados pela tecnologia móvel, tenham, como nenhuma outra geração anterior, um mesmo repertório de referências, imagens, informações. E a adolescência - bem, a adolescência continua a ser o turbilhão que sempre foi. Não há remédio para a maneira como ela exacerba comportamentos e traços de personalidade. Segundo os estudiosos, no entanto, o perfil de grupos etários que compartilham experiências culturais, econômicas e políticas pode ser codificado e estudado de maneira proveitosa.

É na escola que a primeira característica da geração touch se torna evidente. Pesquisas internacionais demonstram que 52% dos adolescentes usam o YouTube e as redes sociais para estudar. "Prefiro ver as aulas de matemática e ciência em vídeo - para mim é muito mais fácil de entendê-las", diz a mineira Gabriela Salles, que confessa que passa doze horas por dia conectada.

Ainda é cedo para ter certeza do impacto que esse uso constante da internet terá na formação dos jovens. Neurocientistas como Maryanne Wolf, da Universidade Tufts, observam que a leitura não é uma atividade natural para a espécie humana, e depende de circuitos cerebrais que requerem o treino da atenção prolongada para se formar. Um efeito colateral desse aprendizado é a ampliação da capacidade de analisar ideias. A imersão permanente na internet, em aplicativos e redes sociais, estimula de maneira diferente os jovens.

A geração touch está habituada a lidar simultaneamente com até cinco telas. São três telas a mais em comparação com seus antecessores imediatos da chamada geração Y, que hoje têm por volta de 30 anos.

Pesquisas feitas por médicos e psiquiatras do Canadá e dos Estados Unidos confirmam que os adolescentes de hoje demonstram um limite médio de atenção reduzido: são apenas oito segundos, e 11% deles são diagnosticados com transtorno de déficit de atenção. Existe, portanto, um risco no horizonte. Mas faltam estudos para que se possa chegar a conclusões sólidas.
 
"Não há dúvida de que eles aprendem de maneira diferente", diz Wilton Ormundo, diretor do ensino médio da Escola Móbile, em São Paulo. "Isso nos levou a usar não só o computador mas até o celular e as redes sociais na escola. Não é possível excluir das aulas essas ferramentas tão naturais para eles. Grande parte do nosso trabalho atual é ensinar a selecionar as informações e oferecer formas de lidar com as distrações e as multitarefas. Mas não acredito que por isso eles são mais superficiais ou aprendem menos. Na verdade, são bastante exigentes e têm conhecimentos integrados, abrangentes e internacionalizados."

Rita Loiola e Raquel Carneiro
Revista Veja

PESSOAS COM SUPER GENES ESTÃO ENTRE NÓS

 
 Resultados de um estudo chamado “Projeto Resiliência” detectaram 13 pessoas “resilientes” – entre mais de meio milhão de genomas estudados. São indivíduos que têm mutações genéticas que deveriam ter as condenado a graves doenças, muitas vezes mortais, na infância. Mas, em vez disso, eles aparentemente vivem uma vida saudável na idade adulta.

 Mas então como e quando nós vamos colocar essas pessoas em um laboratório, estudar seus genes para encontrar curas e fazer toda a raça humana viver feliz para sempre? Aí é que está: os cientistas não têm sido capazes de entrar em contato com essas pessoas, seja para contar-lhes sobre o seu estado genético especial, seja para fazer qualquer pesquisa de acompanhamento. Formulários de consentimento de pesquisa elaborados muito antes de o Projeto de Resiliência sequer existir inviabilizam a ideia – outro exemplo da questão complicada de consentimento para estudos genéticos.

 O estudo, publicado na revista Nature Biotechnology, é o primeiro passo para o Projeto – ele é a prova de que essas pessoas resilientes com genes superpoderosos realmente existem. E para esta primeira etapa, os cientistas se basearam em dados de genes originalmente recolhidos para outros estudos. A maioria dos genomas, cerca de 400.000 deles, veio de pessoas que enviaram sua saliva para a empresa de sequenciamento 23andMe, e marcaram no formulário de acompanhamento que deixavam seu DNA ser usado em pesquisas.

 “Quando você está lidando com um estudo retrospectivo, você está lidando com dados de outras pessoas”, diz Jason Bobe, geneticista da Centro Médico Mount Sinai, nos EUA, envolvido com o Projeto Resiliência. “Não responde a todas suas perguntas. Não tem todas as informações que você precisa”.

Heróis anônimos
Os cientistas do projeto não têm nomes, informações ou registros médicos completos de contato. A equipe construiu um programa para analisar dados genômicos para encontrar pessoas com mutações de 584 doenças genéticas graves, como fibrose cística. Eles enviaram o programa aos seus parceiros como a 23andMe, o Hospital Infantil da Filadélfia e o Instituto de Genoma de Pequim, que ofereceram os dados anônimos de 303 candidatos. Fazendo o seu melhor para verificar os dados usando informações médicas autorrelatadas das pessoas sequenciadas, a equipe peneirou os candidatos a 13 pessoas resilientes.
 
É aí que a coisa parou. Para algumas das fontes de dados, os participantes assinaram um termo de consentimento que não permite que eles sejam recontatados por qualquer motivo. “A última ‘geração’ de consentimentos e coleta de amostras correspondentes para estes tipos de estudos em larga escala foram feitos sem um recontato em mente”, diz Jay Shendure, pesquisador de genética da Universidade de Washington, que não esteve envolvido no estudo.

O raciocínio era de que laboratórios de pesquisa não são mantidos ao mesmo nível que os laboratórios clínicos certificadas pelo governo. E para algumas pessoas, a informação genética indesejada pode ser um fardo, também. Por exemplo, você pode doar DNA para um estudo sobre o fígado, mas isso significa que você quer saber se o seu DNA mais tarde terá um gene de uma doença cerebral imprevisível e incurável? Devido a estes limites, o Projeto Resiliência não foi capaz de verificar os registros médicos ou, na maioria dos casos, re-sequenciar o DNA.

Consentimento facilitado
O termo de consentimento da 23andMe não promete nenhum novo contato, mas não explicitamente pede consentimento para que ele seja feito, deixando-o em um limbo. Bobe diz que o Projeto Resiliência pediu à 23andMe para elaborar um processo para recontatar oito indivíduos identificados neste estudo. “Mesmo que nós façamos este novo contato regularmente com participantes de pesquisas”, disse a 23andMe em um comunicado ao site Wired, “às vezes pode ser um processo complexo, que envolve tempo e recursos significativos, o que é o caso neste momento”.

Esse problema do consentimento para recontatar doadores pode não ser um problema para sempre. “Cada vez mais, os projetos de investigação estão construindo um engajamento dos participantes na estrutura de suas pesquisas”, diz Michelle Meyer, especialista em bioética da Universidade Clarkson e do Monte Sinai. Isso poderia significar, por exemplo, manter os pacientes por perto quando seu DNA torna-se um achado inesperado como uma superpotência genética. Meyer também tem consultado sobre a próxima fase do Projeto Resiliência, que irá recrutar um adicional de um milhão de pessoas que concordarão expressamente com o recontato.

O Projeto Resiliência tem certamente seu desafio estabelecido. Basta considerar o paciente típico a participar de um estudo que poderia algum dia curar sua doença, mas este projeto terá de recrutar pessoas saudáveis, ​​cuja proteção contra falhas genéticas só poderia ser conhecida quando eles se juntassem ao estudo. “Sabemos que temos que atingir números muito grandes. Sabemos que vai ser raro”, diz Bobe. Mas uma vez que a equipe identificar as pessoas resilientes, eles vão finalmente ser capazes de falar com elas.
 
Wired